EX-PRESIDENTE LULA E PAULO GARCIA PARTICIPAM DO 52º CONGRESSO DA UNE





Dez mil estudantes ouvem discurso de Lula na 1ª visita a Goiânia desde que passou a faixa presidencial para Dilma Rousseff. Prefeito Paulo Garcia dá boas-vindas aos turistas durante abertura do II Encontro Nacional do ProUni

"Há quanto tempo não faço um discursinho. Já estava com saudades". Foi assim, em tom de humor, mas sempre destacando a importância da classe estudantil para o País, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a participação no 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) e na abertura do II Encontro Nacional de do ProUni. Os dois eventos ocorrem em Goiânia até o próximo dia 17.

O ex-chefe do Executivo Nacional esteve acompanhado pelo prefeito Paulo Garcia que também participou do evento. O prefeito deu boas-vindas aos cerca de 10 mil estudantes de diferentes partes do País que estão na Capital para participar dos cinco dias de congresso. A solenidade de ontem foi comandada pelo presidente nacional da UNE, Augusto Chagas, e contou também com as participações do Ministro da Educação, Fernando Haddad, do presidente da Câmara Municipal, Iram Saraiva, do ex-ministro do Desenvolvimento Social, Luiz Dulci, do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do presidente nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Ian Ivanovicht, além de deputados federais, estaduais, vereadores e lideranças estudantis.

Ao falar da satisfação e emoção em participar de mais um congresso da UNE, o ex-presidente Lula disse que até a última semana estava tudo certo para que ele viajasse ao Egito para falar a estudantes daquele país sobre democracia, mas que fez questão de adiar a viagem. "Como posso falar de democracia a estudantes de outro país, se tenho aqui no Brasil um dos encontros estudantis mais democráticos", elogiou Lula.

Lula e o ministro Fernando Haddad, ao discursar, criticaram setores da imprensa que teriam chamado a atual direção da UNE de "chapa branca". "São setores da sociedade que acham que a consciência de nossos estudantes pode ser comprada com qualquer patrocínio", afirmou Haddad. O ex-presidente da República também criticou. "São setores da imprensa, que se dizem 'nacionais' e contestam o fato do Congresso ter patrocínio da Petrobrás, do Banco do Brasil. Mas os grandes telejornais e essa grande mídia que se diz 'nacional' contam com patrocínio de quem?", indagou Lula de forma irônica.

Lula também criticou os setores da elite que, segundo ele, não estão acostumados com o aumento do poder aquisitivo da população mais carente e a ascensão social de grupos até então excluídos. "São setores que acham que os filhos dos trabalhadores devem no máximo chegar ao segundo grau, que filho de pobre não tem direito de cursar medicina. São setores que não estão acostumados com 14 milhões de pessoas fora da linha da pobreza extrema", exclamou Lula.

Boas-vindas
O prefeito Paulo Garcia, ao dar boas-vindas aos participantes do Congresso da UNE, fez questão de manifestar a emoção de receber em Goiânia o maior e mais tradicional encontro estudantil do País e de receber o ex-presidente Lula, homem que, segundo ele, mudou o Brasil. "Goiânia vive uma felicidade muito grande em receber dois grandes eventos importantes ligados à educação: o 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a 63ª Encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). E eu vivo uma felicidade particular por ter recebido em minha casa o homem que, para mim, mudou o Brasil, e para muito melhor. Para mim é uma emoção incomparável."

Na noite de quarta-feira, o prefeito Paulo Garcia ofereceu um jantar ao ex-presidente Lula durante a transmissão do jogo da Seleção Brasileira na Copa América. Ao destacar o papel dos estudantes nas lutas políticas, Paulo Garcia afirmou que a UNE representa a legítima participação popular no País.

UNE
Augusto Chagas, presidente da UNE, em discurso, lembrou que o 52º Congresso da entidade encerra mais um ciclo importante de lutas da classe estudantil e que ficará marcado por ter reunido mais de 1,5 milhão de estudantes universitários que elegeram representantes para participar do evento, trazendo a Goiânia representantes de 97% das instituições de ensino superior do País. "Um ciclo de muito trabalho principalmente pela destinação de mais verbas para a educação e a criação do novo Fies (Financiamento Estudantil do Governo Federal), garantido o ingresso no ensino superior a milhões filhos de trabalhadores, uma bandeira de luta da UNE que surgiu com a fundação há 74 anos."

O líder estudantil fez questão de destacar a abertura do dialogo democrático oferecida durante o governo Lula, não só à classe estudantil, mas a outros segmentos da sociedade brasileira. "Sua presença em mais Congresso da UNE mostra mais uma vez o reconhecimento pela opinião estudantil deste País", disse Agusto Chagas.

Momento de emoção
Um momento que chamou a atenção do público e autoridades presentes, pela simbologia, foi a participação da estudante de medicina Vanessa Castilho. Filha de pedreiro e uma dona de casa, a estudante universitária, que cursa hoje o quarto ano de medicina, foi uma das primeiras beneficiadas pelo Programa Universidade para Todos do Governo Federal, o ProUni.

Em nome dos 863 mil estudantes de baixar renda que já foram atendidos pelo Programa do Governo Federal, Vanessa leu uma carta de agradecimento ao ex-presidente Lula. "O ProUni, criado em seu governo, mostrou que mérito é diferente de renda e que os filhos dos pobres tem sim capacidade de frequentar o ensino superior e construir efetivamente um País melhor," leu a estudante. Mesmo sendo um documento de homenagem pelo benefícios do ProUni, a carta lida pela estudante também trazia propostas importantes para melhoria do programa e a democratização do acesso ao ensino superior, entre elas: criação de políticas afirmativas para a permanência dos estudantes de baixa renda na universidades; democratização do ensino superior para os pobres, negros e índios; e mais investimentos para a pesquisa em ciência e tecnologia.

Ministro
“Duplicar o número de vagas nas universidades federais, criar mais de 1 milhão de vagas de ensino superior por meio do ProUni e do Fundo Nacional de Educação; aprovar o piso nacional do magistério; e a construção de 214 escolas técnicas federais, o que uma vez e meia a mais do que foi feito em governos anteriores". Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, estas e outras ações integram a receita usada pelo Governo Lula para o resgate da educação brasileira, promovido nos últimos oito anos.

Ações e programas que segundo ele serão todos mantidos e ampliados no atual governo da presidente Dilma. Ele destacou que a participação de um ministro da educação em um Congresso da UNE representa a efetiva abertura do diálogo democrático, sem comprometimento da independência política da instituição, promovido pelo governo Lula.

Fonte: Site da Prefeitura de Goiânia - Autor: Anderson Costa
Fotos: Site da Prefeitura de Goiânia - Foto: Edilson Pelikano

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